segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FAZ UM ANO...

Faz um ano que meus olhos procuram seus cabelos finos e brancos entre as frestas da janela...
Não ouço mais sua voz sem palavras anunciando minha chegada...
Não vejo seu sorriso e não posso apertar sua mão...
Meu abraço sente falta do teu cheiro...
Muito embora meu egoísmo ainda te prenda aqui, um guerreiro como você merece descansar em paz...
Mas sei que seu descanso é lutar outras batalhas, encontrar novos campos, e semear o bem entre seus novos, e antigos companheiros... 


QUANDO A LUZ DEIXOU TEUS OLHOS...

Perdoa-me pelo amor que eu guardei...
Ele ainda está aqui, não sei se podes sentir...
Lágrimas ainda tenho, sempre as terei,
Mas estou procurando lembrar e sorrir...

Não sei, sinceramente temo que tenha sido o fim...
Sonhei que vieste até mim, mas acordei...
Se pensamentos são eternos, você ainda existe,
Então sei que vives se tenho viva tua vida em mim.

Não pude te dizer adeus, ou até logo...
Quando cheguei já tinhas partido.
Descendo aquele labirinto de paredes brancas
Temia te encontrar ausente...

Quando a luz deixou teus olhos
Não pude te oferecer um último olhar...
Ao ver-te tão sereno, não pude me conter, era mesmo verdade...
Tua luta, nossa luta, havia chegado ao fim...

Que pena que foi preciso que sumissem teus passos
Para que eu soubesse te fazer um carinho...
Para que eu perdesse o medo de teus braços!
Há tempo, soubemos descobrir que abraços dizem mais que qualquer palavra...

Mesmo que ainda, ou nunca saibas, eu sei
Que sempre procurei mil formas para amenizar sua dor...
Se teus olhos não me viram sempre, nunca deixei
De te procurar em meus pensamentos, e chorar... e sonhar!...

Juro que se pudesse nunca te deixarias sozinho...
Mas devemos atenção à vida que não é viver de verdade!...
Espero que ainda estejas tu, e que não estejas só...
E ainda que não enxergues que nos veja em tuas recordações...

Perdidos no tempo ainda estamos, pai e filho...
O sol queimando nossos corpos, a alma aquecida...
Tua voz firme e a força de teus braços, tua mão grande e forte...
Ainda estou de férias e somos só nós dois, lembra?

O horizonte e o silêncio que só pais e filhos podem entender!
São dias perfeitos e é bom saber que ainda estão lá...
Tua vida agora, em minhas frágeis retinas, começa de novo...
            E eu te encontro no dia em que nasci... Oi pai, vamos reviver nossa história?



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