sexta-feira, 3 de junho de 2011

FHC E A CANNABIS...


Outro dia acompanhei pela televisão a notícia do lançamento do documentário, “Quebrando o tabu”, que propõe uma discussão sobre a descriminalização da maconha e cuja figura principal é o ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso.
De imediato, pensei: “será que só agora ele se deu conta dos poderes terapêuticos da marvada?” Depois conclui que, para um sociólogo que viveu os anos sessenta ele já devia saber...
 Mas passados os achismos iniciais, descobri que a idéia de usar a imagem do ex-presidente foi do diretor, Fernando Grostein Andrade e que aparentemente, digo isso, pois ainda não assisti ao filme, que estréia no dia 03/06, a intenção é propor um debate, como o próprio nome diz, sem tabus.
 De qualquer forma estamos diante da necessidade improrrogável de se tratar a questão, longe das âncoras do preconceito que nos prendem ao fundo obscuro da ignorância...
 Enquanto certas mentes não se libertarem da simbiose neurológica em que se encontram, transferindo a outrem sua capacidade de pensar e simplesmente se dando ao trabalho de retransmitir o que lhes é passado por aqueles que detêm a posse exclusiva sobre sua capacidade de julgamento, não teremos um debate justo...
  Não sou adepto, nem sequer gosto de cigarro, nunca nem mesmo aprendi a tragar... Mas tenho meus vícios confessos, um bom vinho, um café... E não acho que estou em condições de apontar alguém e chamá-lo, viciado...
  Qual a diferença entre drogas licitas e ilícitas? Acaso não tem o mesmo efeito quando consumidas em excesso?...
  Tomemos como exemplo a Lei Seca nos Estados Unidos, cujo único resultado foi criar o ambiente propício à proliferação de gangsters, que em nada diferem de nossos traficantes de hoje...
   “... declarou que gostava de maconha e que seu uso não lhe fazia mal e nem lhe levava a fazer o mal... o uso da maconha o auxiliava sensivelmente na introspecção mística...” Este é um trecho do depoimento de Gilberto Gil lido durante seu julgamento, por ter sido preso pelo porte de uma pequena quantidade de maconha, em 1976. Mais tarde no quarto da clínica psiquiátrica onde foi internado ele disse: “... a gente tá vivendo momentos em que se buscam uma descontração no mundo inteiro com relação a novos atos, a formação de novos padrões, de novos conceitos sobre atitude social, sobre comportamento particular, quer dizer, sobre privacidade, quer dizer, sobre respeito à vida privada das pessoas e tudo mais."
    Meus amigos tudo isso foi no século passado e até hoje tem gente que nem sabe qual é a diferença entre descriminalização e legalização...
    Pelo visto tem muito tabu pra ser quebrado!...

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