domingo, 1 de julho de 2012

À FLOR DA PELE

FIQUEI MUITO FELIZ COM A PUBLICAÇÃO DE MEU POEMA, "PENSAMENTO, PALAVRA SEM SOM", NA ANTOLOGIA, À FLOR DA PELE, PELA EDITORA TABA CULTURAL. PUBLICAÇÃO ESSA, RESULTADO DA PREMIAÇÃO PELO PRIMEIRO LUGAR OBTIDO NO CONCURSO MANIA DE ESCREVER.
POR ISSO GOSTARIA DE DIVIDIR ESSA PEQUENA REALIZAÇÃO COM MEUS AMIGOS DO BLOG.









PENSAMENTO, PALAVRA SEM SOM


Quando me sinto maior que o próprio corpo,
Meu cérebro se expandindo até alcançar a mente,
Falo então sem palavras, falo mais claramente...
Mas pensamentos são palavras; palavras sem som...

Nesse instante estou em contato, em sintonia...
Sou em essência, me aproximo mais de mim!
Ou me aproximo mais do sublime! Ou enfim,
Do sublime que há em mim! Ou do qual sou hospedeiro...

Toco o infinito, que se finda em frágeis instantes...
Ou será que me deixo tocar, tão frágil e finito?
Um pico de energia pensante, pulsante vida que foge,
Comunga e volta, pura ou maculada, mas mutante.

Quando é que sou, quando penso, ou quando ajo?
Afinal o que quero ser? Já não sou onde estou?
Onde estou? Que nem mesmo sei de mim?...
Ah! Fui além do corpo, sou pensamento só!...

Só, sem ausência, sem arestas, simplesmente pleno;
Mais presente que em qualquer outro lugar palpável.
O ser completo me toca, enleva, me leva!... Mas não vou longe...
Matéria e mente, óleo e água, ainda mal se ajuntam...

Vôo além do corpo, sem asas, só pensamento,
Sem circunscrição, sem forma, quase perfeito!...
Por um segundo, uma fração, um flash, uma piscadela...
Mas não vou tão logo, volto; não saí, só pensei...

Idéias... Embriões, centelha ou fragmentos de liberdade?
Crio do nada ou me lembro de um tudo que esqueci?
Recebo, busco ou mergulho, profundo, profícuo?...
Sonho acordado ou durmo desperto? Estou perto o bastante?...

Penso, e já penso que entendo... Ignoro o silêncio...
Nem sei de onde vem esse verbo, língua sem fonema!
Não articulo, ainda assim são palavras. De tão sutis, esvaecem?
Talvez fiquem... Não cuido, e acho consciência onde há lixo mental.

As imagens que crio e projeto nessa tela sem matéria,
Ou de matéria sem igual, só a mim se revelam?!...
Se as percebo reais, percebo que alguém vê, além de mim!
Vê além e me inspira? Ou busca em mim a inspiração que procuro?

 Esses medos são mesmo todos meus? Esse monstro,
Não sou todo Eu? Que deixo de ser todo, pra ser só Eu?
De onde vem essa força, pouca, mas imensa pra um pequeno Eu?!
Que ligado não me pertenço, mas inconsciente me percebo... 

E se eu não sou todo monstro, como penso e sinto,
Deve haver algo mais que valha a pena, alma pequena!
Que o simples pó se ajuntando ao pó, que reajuntado,
Mesmo pouco, valha outro... Pensamento...

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