FIQUEI MUITO FELIZ COM A PUBLICAÇÃO DE MEU POEMA, "PENSAMENTO, PALAVRA SEM SOM", NA ANTOLOGIA, À FLOR DA PELE, PELA EDITORA TABA CULTURAL. PUBLICAÇÃO ESSA, RESULTADO DA PREMIAÇÃO PELO PRIMEIRO LUGAR OBTIDO NO CONCURSO MANIA DE ESCREVER.
POR ISSO GOSTARIA DE DIVIDIR ESSA PEQUENA REALIZAÇÃO COM MEUS AMIGOS DO BLOG.
PENSAMENTO,
PALAVRA SEM SOM
Quando me
sinto maior que o próprio corpo,
Meu cérebro se
expandindo até alcançar a mente,
Falo então sem
palavras, falo mais claramente...
Mas pensamentos
são palavras; palavras sem som...
Nesse instante
estou em contato, em sintonia...
Sou em
essência, me aproximo mais de mim!
Ou me aproximo
mais do sublime! Ou enfim,
Do sublime que
há em mim! Ou do qual sou hospedeiro...
Toco o
infinito, que se finda em frágeis instantes...
Ou será que me
deixo tocar, tão frágil e finito?
Um pico de
energia pensante, pulsante vida que foge,
Comunga e
volta, pura ou maculada, mas mutante.
Quando é que
sou, quando penso, ou quando ajo?
Afinal o que
quero ser? Já não sou onde estou?
Onde estou? Que
nem mesmo sei de mim?...
Ah! Fui além
do corpo, sou pensamento só!...
Só, sem ausência,
sem arestas, simplesmente pleno;
Mais presente que
em qualquer outro lugar palpável.
O ser completo
me toca, enleva, me leva!... Mas não vou longe...
Matéria e
mente, óleo e água, ainda mal se ajuntam...
Vôo além do
corpo, sem asas, só pensamento,
Sem circunscrição,
sem forma, quase perfeito!...
Por um
segundo, uma fração, um flash, uma piscadela...
Mas não vou tão
logo, volto; não saí, só pensei...
Idéias... Embriões,
centelha ou fragmentos de liberdade?
Crio do nada
ou me lembro de um tudo que esqueci?
Recebo, busco ou
mergulho, profundo, profícuo?...
Sonho acordado
ou durmo desperto? Estou perto o bastante?...
Penso, e já
penso que entendo... Ignoro o silêncio...
Nem sei de
onde vem esse verbo, língua sem fonema!
Não articulo,
ainda assim são palavras. De tão sutis, esvaecem?
Talvez fiquem...
Não cuido, e acho consciência onde há lixo mental.
As imagens que
crio e projeto nessa tela sem matéria,
Ou de matéria sem
igual, só a mim se revelam?!...
Se as percebo
reais, percebo que alguém vê, além de mim!
Vê além e me
inspira? Ou busca em mim a inspiração que procuro?
Não sou todo Eu?
Que deixo de ser todo, pra ser só Eu?
De onde vem
essa força, pouca, mas imensa pra um pequeno Eu?!
Que ligado não
me pertenço, mas inconsciente me percebo...
E se eu não
sou todo monstro, como penso e sinto,
Deve haver
algo mais que valha a pena, alma pequena!
Que o simples
pó se ajuntando ao pó, que reajuntado,
Mesmo pouco,
valha outro... Pensamento...
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