quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


Primeira cruzada marcou época de conflitos religiosos sangrentos


No século 11, quando a influência muçulmana sobre o Oriente Médio e Jerusalém começou a aumentar, o papa Urbano 2º reagiu com fúria.


                                                   Papa urbano 2º convoca a primeira cruzada

Em 1071, um exército cristão já fora derrotado por tropas muçulmanas em Manzikert, no leste da Anatólia. Mas foram as notícias vindas da Cidade Santa que enfureceram o papa: segundo os relatos, honrados peregrinos cristãos haviam sido submetidos a insuportáveis martírios por parte dos pagãos.
O papa Urbano 2º (cerca de 1035-1099) considerou o Concílio de Clermont, em 1095, um momento oportuno para convocar uma "peregrinação armada" a Jerusalém. As palavras do papa foram claras:

Cruzadas eram sangrentas
"Eles circuncisam os cristãos e despejam o sangue da circuncisão no altar ou nas pias batismais. Eles têm prazer em matar os outros, à medida que lhes cortam a barriga e puxam uma extremidade do intestino, atando-a a um poste. Aos golpes, eles os perseguem em torno do poste, até as vísceras saírem para fora e eles caírem mortos no chão. Vocês deveriam ficar tocados com o fato de o Santo Sepulcro de nosso Salvador estar nas mãos desse povo impuro, que – com sua imundície – está maculando de maneira desavergonhada e sacrílega os nossos santuários sagrados."

Massacre em nome do Senhor
Talvez tenha sido um exagero. Verídico, com certeza, era o fato de os governantes muçulmanos cobrarem uma espécie de ingresso para quem quisesse entrar em Jerusalém. Para os peregrinos cristãos, essa era uma situação insuportável, agravada ainda pela destruição de santuários, imagens religiosas e monumentos em Jerusalém.
Reverter essa situação era o que pretendia a primeira cruzada, em 1096, com a participação de 300 mil cavaleiros europeus com perspectivas de obter um espólio compensador. O papa Urbano 2º reforçou o moral dos guerreiros cristãos para o combate, prometendo-lhes o perdão de todos os pecados passados e futuros.
Mas isso não pôde impedir as imensas perdas entre os cavaleiros, que – com a cruz sobre a armadura – em parte já morriam antes de chegar a Jerusalém. Eles eram continuamente atacados pelos inimigos, envolvendo-se em lutas com grupos locais.

Os combatentes cristãos conquistaram Niceia e Antioquia até início de julho de 1098. Após Beirute, prosseguiram até Jafa e Haifa. Em Edessa, Gottfried von Bouillon (em torno de 1060-1100) fundou o primeiro "Estado de cruzados". Três anos após partirem do Ocidente, eles chegaram a Jerusalém.
Em julho de 1099, começou a batalha pela Cidade Santa, combatida por apenas 21 mil cavaleiros exaustos, sobreviventes do exército originário. As fortificações foram destruídas com arietes e catapultas. "É a vontade de Deus!" – com este grito os cavaleiros invadiram Jerusalém, por fim, provocando um bestial banho de sangue. Apenas poucos habitantes da cidade sobreviveram.
O massacre foi estilizado pelos guerreiros de Deus como "purificação" da cidade, libertada dos infiéis. No final, eles marcharam em procissão para agradecer a vitória. Esse dia custou a vida de 70 mil pessoas.

Autor: Matthias von Hellfeld
Revisão: Augusto Valente


“NAQUELE TEMPO OS INFIÉIS ERAM OS MUÇULMANOS... COMO SEMPRE, NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, AS PERSONAGENS SÃO SEMPRE AS MESMAS, MUDANDO APENAS OS INTÉRPRETES...
FALANDO NISSO, HOJE EM DIA QUEM SERÁ QUE INTERPRETA A PERSONAGEM, ‘OS FARISEUS’?...”

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