SÍNDROME DA REUNIÃO DE FAMÍLIA...

Acho que estou sofrendo da Síndrome da Reunião de Família!...  

Só de pensar já começo a ter calafrios... E todas aquelas personagens, figurinhas carimbadas que frequentam essas verdadeiras sessões de tortura coletiva, começam a inundar meu imaginário...

Tem sempre aquele sujeito que sabe de tudo, ele puxa assunto, mas a conversa só vai bem se você concordar com tudo que ele diz, se não ele emburra... E faz biquinho! Tadinho!...

Tem também o interprete do monólogo monótono... Ele fala, fala, fala... Quando você resolve responder ele se distrai, e quando volta a falar – o que não demora muito a acontecer – volta sempre com o mesmo assunto e no mesmo ponto de onde havia parado. Se bem que isso tem uma vantagem, é só lançar mão de Hum, huns e Ham, Hans, que a conversa flui muito bem!

Outras figuras que não faltam são os inimigos mortais, esses masoquistas adoram se encontrar para testar sua capacidade de tolerância... Acabam sempre descobrindo que não são lá muito capazes, mas aí para não perderem viagem aproveitam para testar sua capacidade de lançar indiretas... E o ambiente fica carregado, é farpada para todo lado!... 

E aí para salvar a situação tem sempre aquele piadista... Ah os piadistas!... Sabe qual o maior problema? Eles nunca têm um controle de quais piadas já contaram e você acaba sempre tendo que ouvir a mesma piada... E pior que ter que sorrir depois de uma piada sem graça, é ter que sorrir novamente depois da mesma piada sem graça!... Às vezes tenho vontade de dizer: "Essa é boa para os padrões de mil novecentos e qualquer coisa, quando eu estava na quinta série!..." Mas me controlo se não vou acabar fazendo parte da turma dos inimigos mortais!

Pra fechar tem também o sindico de encontros de família...

“Você leva isso, você traz aquilo, fulano não gosta que atrase, beltrano não gosta que adiante... Todo mundo tem que rezar...” Fico meio confuso com tanta regra, “será que agora é pra rir, será que devo chorar!...

Que me desculpem as outras personagens que deixei de citar, quem sabe em outra oportunidade, agora não dá, a síndrome tá me pegando de jeito só de pensar que a qualquer hora tenho outro espetáculo desses pra assistir... 


       Esta é uma obra de ficção, qualquer coincidência com a vida real, "terá" sido mera coincidência...